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Polícia Federal libera ex-prefeito de Araçuaí após depoimento em BH

11 de Jan de 2025 | 10:00h

Polícia Federal libera ex-prefeito de Araçuaí após depoimento em BH Fonte: Gazeta de Araçuai O ex-prefeito negou participação em irregularidades na execução de um convênio entre a prefeitura de Araçuai e o IMDC, instituição suspeita de desviar R$ 400 milhões do Ministério do Trabalho. O médico e ex-prefeito de Araçuai (MG) Aécio Silva Jardim, depôs por meia hora na Central da Polícia Federal em Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (13). Acompanhado de dois advogados, ele chegou à sede da Polícia Federal logo cedo e foi ouvido pelo delegado Gumercindo Nunes Horta. O ex-prefeito falou do Programa Projovem executado em Araçuai pelo IMDC- Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania- entidade que está sob investigação e suspeita de ter desviado cerca de R$ 400 milhões do Ministério do Trabalho e Emprego. As suspeitas em torno do IMDC começaram em 2011. O Projovem em Araçuai foi executado em 2010. “ Falei tudo que a Polícia Federal precisava ouvir”, disse Aécio Jardim. Segundo ele, o delegado quis saber por que a prefeitura de Araçuai dispensou a licitação para executar o programa no município através de um convênio de R$ 1,5 milhão ( Um milhão e quinhentos mil). “ Eu respondi que toda a orientação era do Ministério do Trabalho e que só assinei o convênio após toda a documentação do IMDC ter sido analisada pelo departamento jurídico da prefeitura. Após constatar que tudo estava dentro da legalidade, assinei o convênio”, informou o ex-prefeito. Ele disse também que o delegado perguntou sobre sua relação com Marcos Vinicius Silva- o Marquinhos- ex-chefe de gabinete da prefeitura durante parte do seu governo e ex-assessor do deputado federal Ademir Camilo. “ Respondi o que todos em Araçuai sabem: que o Marquinhos foi meu chefe de gabinete de 2009 até março de 2010 .Ao descobrir que ele estava cometendo irregularidades, eu o demiti do cargo”, lembrou o ex-prefeito. Marcos Vinicius Silva está sendo apontado como o lobista que fazia contato com os prefeitos em nome do IMDC. Com prisão decretada , ele se encontra foragido. Ele também foi exonerado do cargo de assessor do deputado federal Ademir Camilo, suspeito de ser o verdadeiro dono do IMDC. Ainda de acordo com o ex-prefeito, o delegado quis saber se ele recebeu alguma propina do IMDC, qual seu patrimônio atual e como está vivendo atualmente. “ Não escondi nada. O IMDC não me ofereceu propina. O que tenho está tudo em minha Declaração de Imposto de Renda. Sou criador de gado, tenho uma casa financiada que está em nome de minha mulher, um carro e fazenda que já possuía muito antes de ser prefeito. Atualmente tenho minha renda como médico no hospital de Salinas”, afirma Jardim, reclamando que foi acusado injustamente de estar foragido. “ Estou tranqüilo. Ficarei à disposição da Justiça para o que for necessário. Tenho emprego e endereço certo.”, declarou o ex-prefeito que já se deslocou para a cidade de Salinas, também no Vale do Jequitinhonha, onde reside atualmente. O ex-prefeito foi alvo da Operação Esopo e teve sua casa em Salinas vasculhada por agentes da Polícia Federal que procuravam doláres e documentos oficiais que pudessem incriminá-lo. " Não encontraram nada", afirmou Jardim. Os agentes também estiveram na casa do ex-prefeito em Araçuai. Da prefeitura foram levados pelos auditores da Controladoria Geral da União CGU, toda a documentação referente ao convênio do IMDC para executar o Projovem no município. Entenda o caso -Com histórico recente de denúncias de corrupção, o Ministério do Trabalho e Emprego, comandado pelo PDT desde 2007, foi alvo de uma grande operação da Polícia Federal, deflagrada na segunda-feira (9) em 11 estados e no Distrito Federal, que desarticulou uma quadrilha acusada de desviar R$ 400 milhões em licitações fraudulentas da pasta nos últimos cinco anos. - Em Araçuai, os agentes da PF e da CGU apreenderam documentos do convênio com a prefeitura e o IMDC, alvo das investigações. -De acordo com as apuração da PF, o IMDC fechava contratos para realização de cursos de formação profissional, festivais culturais e perfurações de poços artesianos. Os recursos eram repassados pela União e pelos estados, mas sofriam desvios sem os serviços serem realizados. Segundo estimativa da PF, o rombo nos cofres públicos pode ter chegado a R$ 400 milhões em cinco anos. -O presidente do IMDC, Deivson Oliveira Vidal, e toda a diretoria da Oscip foram presos. - Ao todo, a Justiça expediu 25 mandados de prisão temporária, entre eles os de ex-prefeitos de sete cidades de Minas Gerais , 44 mandados de busca e apreensão. Outras 11 pessoas foram alvo de mandados de condução coercitiva – quando o investigado é obrigado a prestar depoimento sem necessariamente ser preso –, entre elas o ex-diretor do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) Walter Antônio Adão; Simone Vasconcelos, ex-braço direito do empresário Marcos Valério que, assim como ele, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema do mensalão; e Paulo Roberto Pinto. - O esquema tinha ainda braço na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O superintendente de Administração e presidente da Comissão de Licitações da entidade, Nelson de Souza Dabés Filho, foi detido para depoimento. A Superintendência da Receita Federal em Minas participou das investigações. Como funcionava o esquema 1 – As prefeituras conseguiam a liberação de recursos públicos federais para capacitação profissional, festivais culturais e perfuração de poços artesianos. 2 – Os processos de licitação para contratar os serviços e obras eram montados pelo poder público municipal. Em parte dos casos, as concorrências nem sequer tinham os editais lançados. 3 – Alegando notória especialização, as prefeituras direcionavam os contratos para o Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC). 4 – O instituto não executava os serviços, mas embolsava as verbas. 5 – Os recursos eram distribuídos em seguida entre os integrantes da quadrilha. Fonte: Gazeta de Araçuai

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