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Virgem da Lapa: Maior Festa popular do Vale do Jequitinhonha é bem avaliada por virgolapenses e visitantes
12 de Jan de 2025 | 10:00hVirgem da Lapa: Maior Festa popular do Vale do Jequitinhonha é bem avaliada por virgolapenses e visitantes Festa é alvo de críticas dos camelôs que querem melhor estrutura e condições de trabalho Foto: Jornal Gazeta A festa reúne milhares de pessoas todos os anos Amada pelo "povão", esnobada por alguns, esquecida por poucos, criticada por outros, ela já se incorporou ao universo popular, turistico e religioso da região, independente da opinião ao seu respeito. Assim é a secular festa de Virgem da Lapa, que acontece todos os anos no mês de agosto naquela cidade do médio Vale do Jequitinhonha(MG). O engraxate, o ambulante de quinquilharias, o vendedor de bilhetes de Loteria, a dona-de-casa, o porteiro de hotel, o pipoqueiro, o "seo" Manuel do barraca de esquina, os playboys, as patricinhas, a . empregada doméstica, os políticos, os camelôs, de uma ou outra forma , a identificam como uma das maiores festas da região. E é. Todos os anos é a mesma coisa. Subir e descer a avenida Castelo Branco, participar das novenas, terços e procissão e ao final, passear e fazer compras pelo maior shoping popular a céu aberto da região: as barracas dos camelôs. “Sem eles ( os camelôs), a festa não existe”, reconhecem os moradores da cidade. Eles saem de todas as partes com suas mercadorias. São brinquedos, peças de cama, mesa e banho, artigos do Paraguai e tudo mais a gosto de todos. No entanto, eles não recebem o carinho e respeito que deveriam. O problema é antigo e se arrasta ao longo das administrações municipais. Faltam banheiros, um lugar para dormir de forma decente e um restaurante com preços populares, além do alto preço cobrado pelo espaço para expor as mercadorias, deram mais uma vez a tônica das críticas. Encontramos com seo Adalberto Teixeira, 61 anos. Ele vende artigos para vestuário e é o mais antigo dos camelôs . “ Desde os 13 anos participo desta festa, mas este ano não compensou. O preço para instalar as barracas foi muito caro. A prefeitura precisa oferecer uma estrutura melhor para nós. Foi a pior festa que vi em todos esses anos”, disse ele em tom de lamentação. Do outro lado, um jovem de 18 anos, que viajou de Vitória da Conquista (BA) até a cidade, faz coro ao veterano colega. “ Pagamos caro e não temos direito a nada. Um banho de água fria custa R$3,00 . Não temos um lugar para dormir nem um restaurante para comer”, reclama o jovem vendedor de confecções que pagou R$ 1.600 por 8 quadras. O preço do metro quadrado saiu a R$ 200. Foram instaladas cerca de mil barracas. “ Foi uma decepção. Tinha turista urinando por todos os lados e fazendo outras necessidades nas calçadas. As vendas foram fracas. Não volto mais”, afirmou Cosme Severino, 65 anos, que saiu de Vitória da Conquista para vender selas, arreios e outros produtos de couro. A festa dura uma semana. À noite, a programação fica por conta dos shows das bandas que se apresentam na “Baixinha”, ponto histórico de encontro da cidade. Ali a paquera e o álcool rolam soltas. Este ano, as atrações foram Antônio Carlos & Renato, Banda Habalaê e Mania de Toalha, Swingão do Gueto, Robério e seus Teclados, Jean e Banda, e Babado Novo. Também se apresentaram A Pisadocha da Bahia, Swuingão do Gueto, Calistones e DJ Fernando. “ As bandas foram fracas e a apresentação de Babado Novo ficou a desejar”, afirmou um grupo de jovens da vizinha cidade de Araçuai. “Não é possível agradar a todos. Buscamos atender da melhor forma possível”, justificou Hermógenes Lopes Ramalho, diretor municipal de Cultura. Ele não soube informar quanto foi arrecado com o aluguel dos espaços para as barracas nem quanto foi gasto. “ A Câmara vai pedir a prestação de contas”, garante a vereadora Deílde, do PMDB. “ O que arrecadam dá para atender os turistas e os camelôs. O ideal é montar uma estrutura com restaurante e banheiros para os camelôs”, defende o aposentado Gerson Botelho, 81 anos, residente na cidade. Pelo menos 15 mil pessoas passaram pela festa ao longo da semana. “ Não vi defeito. Só de ter passado tudo em paz já valeu a pena”, observou Luciano Moreira, motorista de um órgão público estadual. O poeta da terra, Luiz Carlos Prates, definiu a festa em uma única frase: Em minha terra, onde o ano em agosto começa e a tudo a gosto termina” HISTÓRIA DA FESTA Segundo relatos históricos, a peregrinação de romeiros a Virgem da Lapa começou ainda no princípio do século XVIII. Por volta de 1728, um garimpeiro teria encontrado a imagem da santa às margens do córrego São Domingos. Mas, também existe uma lenda segundo a qual a imagem foi encontrada por um menino, que saiu para juntar burros, a mando de seu pai, um tropeiro. Depois, a criança teria perseguido um coelho, indo parar dentro de uma gruta iluminada, com altar natural. Devido movimentação dos fiéis, apareceu o núcleo urbano, com o primeiro nome de São Domingos do Araçuaí, que era distrito de Araçuaí. Em 27 de dezembro de 1949, o município conquistou a sua emancipação político-administrativa. Fonte: Gazeta de Araçuaí
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