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Investigações do caso Emily Ferrari chegam à região metropolitana de Belo Horizonte

12 de Jan de 2025 | 10:00h

Investigações do caso Emily Ferrari chegam à região metropolitana de Belo Horizonte Depois de quase três meses do desaparecimento da menina Emily Ferrari, de 8 anos, que sumiu em Rio Pardo de Minas, na região do Vale do Jequitinhonha, as investigações chegam à região metropolitana da capital. “Existem novas circunstâncias, que não podem ser divulgadas ainda, que trazem o cenário do crime para a região metropolitana”, garantiu a titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas de Belo Horizonte, a delegada Cristina Coelli Cicarelli Masson, que preside o inquérito do caso. Emily desapareceu no dia 4 de maio, enquanto brincava na porta de casa. Boneca negra Um dado que ligaria o crime à região metropolitana é a boneca negra - chamada por Emily de Pretinha - que a menina carregava quando sumiu. Na semana passada, a polícia recebeu uma denúncia anônima de um homem que dizia ter encontrado um brinquedo parecido com o que ele viu na imprensa e que poderia ser de Emily. “No dia 16 (de julho), recebemos uma ligação de um homem, dando conta de que tinha achado a boneca próximo ao Hospital Eduardo de Menezes, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, e que ele estava com o brinquedo. Conversamos muito com ele para que entregasse a boneca, mas estava muito receoso de que a responsabilidade do crime recaísse sobre ele. Temeroso, ele disse que retornaria a ligação, mas desligou e não voltou a ligar”, explicou a delegada. Cristina Coelli ainda informou que as investigações foram ampliadas e, além de se trabalhar com a possibilidade de o “agressor” ser uma pessoa próxima à menina, agora também se investiga a hipótese de o criminoso não ter vínculo com a vítima. “O fato de a boneca poder estar na região metropolitana fortalece a linha investigativa de não vínculo. Nenhum vestígio foi deixado em Rio Pardo de Minas. Esperamos encontrar pistas no caminho percorrido pelo agressor”. A hipótese de que a menina tenha sido levada para outro Estado também é investigada. Por isso, o pai de Emily, o corretor de seguros Leandro Campos, de 28 anos, disse que se prepara para ir a um jogo do Flamengo, no Rio de Janeiro, para divulgar a foto da filha no estádio e, assim, conseguir repercussão nacional para o caso. “Temos que divulgar a foto dela. Já fizemos isso em um jogo do Atlético em Minas, a partir de um ofício da delegada, e queremos levar para todo o país”, expôs a estratégia. Segundo o advogado Diogo Emanuel Sena, que representa a mãe de Emily, a esperança de encontrar a menina permanece, e a família acredita no trabalho da polícia. “As coisas estão acontecendo com muita discrição e cautela. A doutora Cristina já fez requerimento de novas diligências e estamos acompanhando tudo de perto”. Pai questiona ação da polícia Leandro Campos critica a atuação da Polícia Civil em Rio Pardo de Minas no início das investigações. Na visão dele, se a ampliação das hipóteses investigadas tivesse sido feita desde o começo, alguma pista mais concreta teria sido encontrada. “Eu achei normal ficarem em cima de mim e da madrasta, normal investigarem a gente, mas passou a ser desumano para minha família e principalmente para Emily quando só focaram a gente, deixando outras coisas para trás, como câmeras de segurança, a mãe e a família da mãe. Se tivessem feito isso desde o começo, eu te garanto que alguma coisa teria sido descoberta sobre a minha filha”, desabafou. A prisão preventiva de Campos e sua mulher chegou a ser pedida, mas foi negada pela Justiça com a alegação de que não havia provas contundentes contra os dois. A Assembléia Legislativa chegou a realizar uma audiência pública na cidade . "Minha vida parou no tempo" A mãe de Emily, a depiladora Tatiany Ferrari, de 29 anos, vive abalada e, segundo seu advogado, tem medo de receber ligações de telefones desconhecidos, com o receio de que possa chegar uma notícia ruim sobre a filha. À reportagem, ela se limitou a dizer que sua vida “parou no tempo”. Tatiany ainda não conseguiu retornar ao trabalho. “Ela está chorando muito, está extremamente nervosa. Todos os dias eu converso com ela, todos os dias ela quer saber se há novas informações”, afirmou o advogado Diogo Sena. Para o pai, conviver com a ideia de não saber onde está a filha é insuportável. “Tudo que eu olho lembra a Emily. A saudade está apertando e, quanto mais o tempo passa, só piora. Outro dia, minha outra filha, de 3 anos, viu uma menina parecida com a irmã e disse: ‘pai, acharam a Emily’”, lamentou. A delegada Cristina Coelli explica que o desespero da família é normal e compreensível, mas que a investigação é complexa, e o tempo já não é a principal preocupação da polícia. “Eu vou trabalhar até encontrá-la. Eu acredito que vamos achar a Emily”, reforçou. Fonte: O Tempo,Via Gazeta de Araçuaí


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