Notícias

Filha de Araçuai tem história contada pelo Globo Repórter

12 de Jan de 2025 | 10:00h

Filha de Araçuai tem história contada pelo Globo Repórter Fonte: Globo Repórter Ana Ribeiro é hoje referência na culinária brasileira e internacional. De Araçuai para o mundo. A menina pobre que não teve infância e ficou órfã aos 7 anos, faz hoje sucesso no disputado mundo da culinária refinada. Ana Ribeiro, foi nesta sexta-feira (12) tema do Globo Repórter, que exibou imagens de Araçuai e contou a história de uma guerreira. ‘Fui criada na casa onde minha mãe trabalhava. Não tive infância nem adolescência para brincar mas, para cozinhar”, lembrou Ana. Ainda muito jovem, foi para o Rio de Janeiro trabalhar na casa de mineiros. “ Comecei fazer congelados e um dia vi um anúncio de um curso de culinária italiana mas não tinha dinheiro para pagar a inscrição. Ana acabou ganhando uma passagem para fazer um curso de 40 dias em Paris e hoje é referência na alta culinária brasileira. Formada em Hotelaria, pela Universidade Estácio de Sá, e pós-graduada em Docência Superior, pela Faculdade Béthencourt da Silva (Fabes), trabalhou no Clube Gourmet por dez anos com o chef José Hugo Celidônio, onde ministrou cursos de culinária e atuou como chef. Foi a primeira mulher a trabalhar na cozinha do restaurante Le Saint Honoré, no antigo HotelLe Méridien, comandado pelo chef Paul Bocuse . Ana também trabalhou na rede espanhola de Hotéis Iberostar, no Rio e na Bahia, e foi chef de cozinha por três anos no Bistrô La Cigale, no Leblon. É consultora gastronômica do restaurante Fazenda Urbana, ministra cursos de cozinhas brasileira, francesa e contemporânea, workshops e Veja a matéria do Globo Repórter com o título Conheça a menina que de doméstica virou chefe de cozinha em Paris Ana Ribeiro veio de Minas. Será possível fazer uma carreira de sucesso trabalhando como doméstica? Dos fogões à lenha da cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, Ana chegou às cozinhas mais chiques da França. De empregada doméstica a chef de cuisine. “É um voo e tanto, do Vale do Jequitinhonha para Paris”, comenta a repórter Isabela Assumpção. Uma caminhada vitoriosa, que começou ainda menina. Órfã, aos 7 anos, foi criada na casa onde a mãe trabalhou como doméstica. Globo Repórter: Mas você ficou como filha da família ou como empregada? Ana Ribeiro, chef de cuisine: No início é engraçado, porque só depois que você cresce, que você tem entendimento da vida você sabe que você é só um agregado daquela família. Globo Repórter: Você não fazia comida de boneca, você fazia comida de verdade? Ana Ribeiro: Comida de verdade mesmo. Eu não tive muito adolescência ou infância pra brincar. Eu tive uma infância pra cozinhar mesmo, pra trabalhar na casa. Ana mudou de vida. Reescreveu sua história, através dos livros. “Eu tenho uma gana, uma vontade de aprender sempre”, conta. Mas, para estudar, ela tinha que deixar tudo arrumadinho. “Eu tive que barganhar muita coisa. Por exemplo, eu tinha que deixar o jantar pronto, eu tinha que torrar o café antes, eu tinha que fazer os biscoitos”, lembra. A vida era de doméstica, mas o sonho era muito maior. “Eu sempre me vi no Rio de Janeiro. Cristo Redentor. Tudo que falava em Rio de Janeiro era aquilo que me movia. Então. Eu falei: ‘eu vou sim’”, revela. E ela veio. Trabalhava na casa de amigos mineiros, que tinham vindo morar na cidade maravilhosa. “E aí nessa época, eu me lembro que teve o boom dos congelados. E aí eu comecei a fazer congelados para outras pessoas”, lembra. Um dia, Ana viu no jornal o anúncio de um curso de culinária italiana. Mas não tinha como pagar a inscrição. “‘Infelizmente eu não vou poder pagar’. Aí a pessoa do outro lado me fala assim: ‘a gente está precisando de alguém para ajudar. Você não quer?’. Tudo conspirando. ‘Você não quer?’. ‘Posso?’. ‘Pode’”, diz. E Ana foi parar no restaurante de um dos hotéis mais famosos do Rio de Janeiro: além de contratada ganhou um superprêmio. “Foi um prêmio que eu ganhei pelo próprio hotel de ficar 40 dias lá na França. Fiquei com Paul Bocuse. Foi uma experiência maravilhosa, tudo pago pelo hotel. Então, eu fiquei assim muito feliz”, afirma. O hotel funcionava em um prédio na Praia de Copacabana. Globo Repórter: Nunca tinha havido uma chef de cozinha mulher lá? Ana Ribeiro: Não. Até então eu nem sabia disso. Mais precisamente, quando eu cheguei ao Rio vindo da Ilha do Governador, você vê que tudo conspira. Nunca esqueço, eu peguei o ônibus 472, desci na Central. Ele faz aquele contorno da Atlântica para pegar o ponto final. Aí eu olho para aquele prédio imenso e falo assim: ‘ainda vou trabalhar aqui’. E dez anos depois, estou eu lá no 37° andar, com aquela vista, aquele mar de Copacabana, aquela praia aos meus pés. Eu olhava pro Cristo, e falava: ‘Aqui estou’. Ana ensina, para a equipe do programa, uma receita que faz desde mocinha, lá em minas. “Aqui está com minha letrinha o rocambole que era um dos pratos que eu sempre fazia aos domingos”, conta Ana. Um rocambole de batata com recheio de frango. Frango refogadinho. Com temperos simples. “Às vezes, o Globo Repórter vai chegar em regiões que não tem alho poró. Aí a pessoa não vai fazer porque não tem alho-poró? Mas tem cebola. Tem alho. Então, fica muito mais fácil”, diz Ana. Tá aí a dica. Qualificação. Quanto mais conhecimento, mais chances de conseguir um bom emprego, um bom salário. “Ela tem que ser uma pessoa organizada. Ter conhecimento da rotina de serviço e de materiais e equipamentos”, responde Laura do Nascimento, professora. “O que diferencia as empregadas do passado das empregadas de hoje?”, pergunta Isabela. “Acho que a questão da escolaridade. E hoje tem as pessoas que gostam do serviço doméstico, gostam da cozinha. Então, é uma opção”, diz a professora Laura do Nascimento. Ana que o diga. Hoje ela ganha a vida como banqueteira e professora de arte culinária. Globo Repórter: Paixão da sua vida é a cozinha? Ana Ribeiro: Sim, a cozinha. eu gosto muito. da cozinha, dos livros e futebol. Cheguei a jogar. Lá em Minas a gente jogava na areia, na rua”. Globo Repórter: Que posição você jogava? Ana Ribeiro Adivinha? No ataque. Alguém duvida? ASSISTA REPORTEGEM NO LINK:http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/videos/t/concursos/v/conheca-a-brasileira-que-de-domestica-se-tornou-chefe-de-cozinha-em-paris/2690133/ Fonte: Globo Repórter,Via Gazeta de Araçuaí


Voltar as notícias