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Construindo uma nova paisagem Programa habitacional em Araçuaí valoriza a engenharia e vira referência no Vale do Jequitinhonha

13 de Jan de 2025 | 10:00h

Construindo uma nova paisagem Programa habitacional em Araçuaí valoriza a engenharia e vira referência no Vale do Jequitinhonha Situada no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil, Araçuaí se destaca pelo seu cenário urbano, repleto de novas casas e construções bem elaboradas. Grande parte destas moradias é viabilizada por meio de recursos liberados pelo Governo Federal, através do programa Minha Casa Minha Vida. Com 36.013 habitantes, segundo o Censo de 2010, o município possui a terceira população do Vale, atrás apenas de Diamantina e Almenara, sendo que cerca de 65% residem na área urbana. O programa, que subsidia a aquisição da casa própria para famílias com renda de até R$ 1,6 mil e facilita as condições de acesso ao imóvel para aquelas com renda de até R$ 5 mil, é o maior incentivador para a aquisição de moradias. Segundo o engenheiro civil e fiscal da Caixa Econômica Federal (CEF) em Araçuaí, Giuseppe Figueiró Onnis, a média de aprovações no município é de 400 projetos por ano. “Nos últimos três anos foram aprovados cerca de 1.200 financiamentos, 90% pelo Minha Casa Minha Vida”, informa. O engenheiro destaca, ainda, o papel dos profissionais que desenvolvem os projetos e cita os benefícios que o dinamismo das construções traz para o município. “A grande demanda de financiamentos movimenta vários setores, incluindo empresas de construção, diversos tipos de mão de obra, impactando o comércio em geral e estimulando o desenvolvimento da cidade. E a qualificação dos nossos engenheiros, que elaboram os projetos, é fundamental para a liberação dos recursos”, enfatiza. O primeiro passo a ser dado por aqueles que pleiteiam um financiamento habitacional é fazer a análise de crédito junto ao banco. Podem ser financiadas somente construção ou aquisição de terreno e construção. Nesse segundo caso, apresenta-se o terreno e a CEF faz a avaliação técnica e financeira. O dossiê habitacional é intermediado pelas casas lotéricas e pelos correspondentes Caixa Aqui, que verificam se as propostas estão de acordo com o check list sugerido e só depois as encaminham para a agência bancária. Para juntar toda a documentação é necessário contar com o auxilio de um despachante e de um engenheiro que se encarrega de todas as informações técnicas. Em Araçuaí, uma das referências para elaboração destes projetos é a engenheira civil e inspetora-chefe do Crea-Minas no município, Maria Lúcia Ferreira de Souza. Ela conta que seu primeiro projeto foi o da sua própria casa, aprovado ainda em 1997. “No trabalho dos engenheiros, a preparação dos documentos exigidos inclui elaboração de planilha orçamentária com especificações técnicas, cronograma físico-orçamentário, bem como a formalização das A.R.T.s. junto ao Crea. Estes relatórios devem ser bastante minuciosos, contemplando todas as informações exigidas pelo financiador, que também analisa a idoneidade profissional do engenheiro que assina o projeto”, ressalta Maria Lúcia. Os empresários locais comprovam o aumento da geração de empregos estimulado pelas construções de Araçuaí. Proprietário de uma empresa de desenhos e levantamentos topográficos, o técnico em agrimensura e agropecuária Luiz Lopes dos Santos afirma que os financiamentos habitacionais movimentam a engenharia local. “Só em 2012, minha empresa que não é a única da região, desenvolveu 90 desenhos técnicos e projetos topográficos para atender demandas do Minha Casa Minha Vida. Estes financiamentos abrem mercado para os profissionais da área tecnológica e sem a participação da engenharia não seria possível viabilizar tantas construções. Estamos presentes desde a elaboração do projeto de loteamento, que inclui toda a infraestrutura necessária, como instalação de água, energia, drenagem e pavimentação, passando pela elaboração detalhada do dossiê exigido pela CEF, com as devidas Anotações de Responsabilidade Técnicas (A.R.T.s) dos serviços executados, até a entrega do habite-se”, enumera o técnico. Já o empresário do ramo de construção civil, engenheiro civil José Carlos Onis, explica que as construções das moradias absorvem grande parte da mão de obra qualificada do município. “O nosso setor é bem dinâmico e dificilmente encontramos bons profissionais, como pedreiros e eletricistas, à disposição no mercado. O mesmo acontece com os engenheiros. A grande procura tem valorizado os salários destes profissionais”, afirma. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Geraldo Silva, o processo de expansão das moradias é fruto do êxodo rural intenso, associado à melhoria da infraestrutura urbana e dos incentivos do Governo Federal destinados à habitação. Ele também aponta desdobramentos no desenvolvimento da cidade. “A rapidez com que se dá a ocupação territorial de Araçuaí e a velocidade com que são aprovados novos loteamentos, todos regulares, é algo notório. Isto é benéfico para o município, pois com o aumento das moradias, também observamos maior movimentação econômica e, consequentemente, melhorias no comércio e na rede de serviços”, avalia Geraldo. A qualidade das construções é apontada pelo secretário como um diferencial. “A maioria das casas são pequenas, com cerca de 70,00 m², mas possuem qualidade impecável. Vejo que a paisagem de Araçuaí vem se modificando a cada dia em função de tantas novas habitações”, ressalta. A considerar as novas parcerias, a paisagem de Araçuaí continuará se modificando. No ano passado o município foi beneficiado com recursos para a construção de 50 casas populares através de convênio do Governo Federal, com o programa Minha Casa Minha Vida, e o governo do Estado, com o programa Lares Geraes Habitação Popular. Essas unidades, que começarão a ser construídas ainda este ano, terão 36 metros quadrados e custarão cerca de R$ 25 mil que sairão à custo zero para a prefeitura municipal, que deverá garantir infraestrutura de água, esgoto e iluminação elétrica. “Na última década Araçuaí teve um boom na construção civil através de financiamentos da CEF. Com isso a cidade ganhou mais quatro bairros, instalados em locais até então abandonados. Isso deu dinamismo à nossa economia, aquecendo o mercado local, estimulando a contratação de mão de obra como pedreiros, ajudantes de pedreiros, carpinteiros, eletricistas e engenheiros. Além disso, movimentou cartórios e aumentou a arrecadação municipal de impostos, ajudando a acabar com um dos principais desafios do município, que é a falta de emprego e renda”, afirma o prefeito municipal, Armando Jardim Paixão. FONTE:CREA MG


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