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Homem morre dentro de ônibus após deixar hospital de Araçuai
14 de Jan de 2025 | 10:00hHomem morre dentro de ônibus após deixar hospital de Araçuai Fonte: Gazeta de Araçuai FOTO:Album da Família A família do aposentado Pedro Viana dos Santos, de 76 anos, quer responsabilizar judicialmente um clinico geral, plantonista do Hospital São Vicente de Paula de Araçuaí (MG) no Vale do Jequitinhonha, e também o hospital que permitiu a saída do paciente para viajar 620 km de Araçuai à Belo Horizonte, no sábado (6) . O aposentado que tratava de um câncer de próstata, deu entrada no hospital no início da manhã de sábado (6) e liberado para viajar às 19hs. De acordo com a família ele não tinha condições de viajar. Ele faleceu duas horas depois, dentro de um ônibus, na comunidade de Ijicatu, após percorrer 81 km da BR-367, sendo 40 em estrada de terra, que está em péssimas condições de tráfego . “Naquela localidade, os passageiros trocam de ônibus. Quando fomos chamá-lo ele já estava morto”, disse Maria Valdeci Viana, 62 anos, sobrinha do aposentado. Pedro Viana, era solteiro e morava sozinho na avenida Bom Jesus, bairro Planalto em Araçuai. Ele lutava contra um câncer de próstata , descoberto há 3 meses e iria fazer uma raspagem em um hospital da capital na segunda-feira (8). Para os familiares que cuidavam do aposentado, houve descaso e negligência do médico e do hospital que permitiram sua saída. Ele foi sepultado na tarde de domingo (7) em Araçuaí. Motorista alertou sobre risco de morte De acordo com Maria Valdeci o estado de saúde do aposentado se agravou na noite de sexta –feira (5) e na manhã seguinte, ele deu entrada no São Vicente. “ No inicio da noite o médico plantonista fez uma medicação para que ele viajasse”, disse ela. "Chegamos a pedir ao médico uma ambulância mas falaram que o hospital não tinha. Não pedimos à prefeitura porque era sábado. A única alternativa era o ônibus da linha regular", afirmou Maria Valdeci. “Saimos direto do hospital para a rodoviária. Ele não tinha nenhuma condição de viajar e nem de sair do hospital. Estava sentindo dores, falta de ar e estava usando uma sonda. Pedi ao médico que o internasse mas, ele falou que o melhor seria ir para Belo Horizonte, porque senão ia demorar muito para remarcar a cirurgia”, contou Valdeci. “Ela disse que na rodoviária, o motorista do ônibus ainda alertou que o estado de saúde dele não era bom e que era melhor ele não viajar. Eu devia ter seguido o conselho do motorista e não do médico”, lamentou. .” Queremos que além da Justiça, o caso seja investigado pelo Conselho Regional de Medicina”, diz Carlos Henrique Mendes Costa, 22 anos, sobrinho do aposentado. Médico e hospital se defendem O clinico geral M. A. F., disse que não autorizou a saída do paciente. “ Ele estava em observação clínica. Em nenhum momento eu prescrevi alta. Está tudo em seu prontuário. A família me falou que ele tinha uma cirurgia em Belo Horizonte e que precisavam viajar. Não sei informar quem deixou o paciente sair”, disse o médico. A enfermeira chefe do hospital, Maristane Pereira disse que existem três modalidades em que um paciente deixa o hospital. “ Quando há óbito, alta ou transferência. Ele não teve nada disso. A família o retirou espontaneamente”, afirmou a enfermeira, acrescentando que a família não assinou nenhum termo de responsabilidade . “ A responsabilidade sobre um paciente é do médico e da família”, explicou a enfermeira. A família nega que tenha forçado a saída do paciente. “ Acreditamos no médico. Agora vamos entregar o caso para a Justiça, para que isso não ocorra com outras pessoas o mesmo que aconteceu com o meu tio”, afirmou Maria Valdeci. Fonte: Gazeta de Araçuai Sérgio Vasconcelos Repórter
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