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Greve em universidades e institutos federais completa três meses
06 de Jan de 2025 | 10:00hGreve em universidades e institutos federais completa três meses. A greve das instituições federais de ensino do país completa três meses e, num contexto de impasse e negociações paradas, está perto de alcançar a maior paralisação da história das universidades, institutos e centros federais de educação tecnológica (Ifets e Cefets), em 2005, quando professores cruzaram os braços por 112 dias, segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Na maior universidade do estado, a Federal de Minas Gerais (UFMG), o movimento grevista já dura dois meses. Mesmo sem uma definição sobre o fim do movimento, a maioria das instituições garante que seus processos seletivos estão mantidos nas datas previamente estipuladas. Mas, se a situação está sob controle para quem ainda não entrou na universidade, a ansiedade já toma conta de quem esperava apenas o ano acabar para pôr a mão no diploma. Pelo menos 152 mil estudantes mineiros são afetados pelo movimento e já há universidades discutindo a hipótese de anular o semestre. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) já havia informado que o semestre letivo se arrastaria pelo menos até fevereiro do ano que vem. Mas, individualmente, as universidades não sabem dizer até quando poderão ir as aulas. Em relação ao vestibular, a situação é menos preocupante, porque a maioria das escolas mineiras aderiu ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação (MEC). Por ele, o candidato pode se inscrever em várias instituições de ensino superior usando apenas a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Apoio dos estudantes A UFMG foi a única que concluiu o semestre letivo, mas não lançou as notas dos alunos. Ontem, estudantes ocuparam a sede da Fundação Mendes Pimentel, na Pampulha, em apoio à greve nacional da educação. Terça-feira, o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (Apubh), que representa a Federal de Minas, fará assembleia para avaliar a continuidade da paralisação. Está prevista para hoje manifestação conjunta dos servidores públicos federais em frente ao Ministério da Fazenda, na Avenida Afonso Pena, a partir das 12h. Há 88 dias parada, a Federal de Juiz de Fora (UFJF) não tem perspectiva de retorno e, de acordo com o pró-reitor de Graduação, Eduardo Magrone, já há saldo negativo de 40 dias letivos a cumprir no primeiro semestre. “Pelo tempo de duração e falta de perspectiva de solução, a perda do semestre está na mesa de discussões, mas não sabemos se é uma alternativa legal, do ponto de vista jurídico”, afirma Magrone. Segundo ele, a reposição será um desafio. “A greve é por qualidade no ensino e fazer essa reposição com qualidade em janeiro e fevereiro também será uma preocupação. O ritmo nessa época fica totalmente alterado”, ressalta. Na Federal de Lavras (Ufla), o assunto também já está em pauta. “A direção executiva se esforçará para que os prejuízos sejam minimizados e que se encontre uma solução de consenso”, garante o reitor da instituição, José Roberto Scolforo. CARREIRA Presidente da Associação de Docentes da Universidade Federal de Uberlândia (Adufu), o professor Aurelino José Ferreira Filho diz que as assembleias locais estão preparando contrapropostas que serão levadas ao Ministério do Planejamento em caso de reabertura das negociações. A ordem agora é manter as paralisações como forma de pressão, para que o governo federal abra o diálogo novamente. “O governo dá sinais de que precisará negociar, porque a greve se alastra em todas as categorias, demonstrando que há problemas no âmbito de servidores como um todo. Entendemos que ele deve negociar, sim, a qualquer momento”, diz. A União apresentou, recentemente, proposta de reajuste salarial de 25% a 40%, escalonado em três anos (2013, 2014 e 2015). O professor Aureliano Filho explica que a categoria pleiteia não apenas aumento de vencimentos, mas reestruturação da carreira. “Não abrimos mão da correção do piso salarial e, a cada progressão de dois anos, reajuste de 5%. O governo não atendeu a proposta de reformulação e deu aumento sem critério algum. A proposta atende professores doutores que estão no topo da carreira. O maior reajuste vai para titular, o último nível, que abrange 10% dos profissionais. Estamos sem reajuste desde julho de 2010 e, até 2015, descontando a inflação, haverá perda de poder aquisitivo”, afirma. Enquanto isso... ...Novo protesto em Brasília Professores das universidades e institutos federais de educação fizeram manifestação quinta-feira (16/08) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Com máscaras e um boneco representando a presidente Dilma Rousseff, eles fizeram um enterro simbólico da educação, seguindo em cortejo do Ministério da Educação em direção ao Palácio do Planalto. Duas faixas da Esplanada, no sentido do Congresso Nacional,foram bloqueadas. Em carta dirigida ao Planalto, os grevistas pediam a reabertura da negociação com a categoria. Em todo o país são 56 universidades federais em greve. Fonte: Portal UaI,Via,Blog do Banu
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