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Entidade protesta em Araçuai contra construção de mineroduto

06 de Jan de 2025 | 10:00h

Entidade protesta em Araçuai contra construção de mineroduto FOTO:SERGIO VASCONSELOS “ Este mineroduto é uma ameaça à natureza e aos pequenos agricultores. Ele vai passar pelas comunidades rurais de Padre Carvalho, Fruta do Leite e Grão Mogol, atingindo terras agricultáveis. O Estado e a empresa que vai construir a obra, precisam discutir isto com a sociedade”. O protesto feito durante encontro para discutir o programa Água para Todos, realizado em Araçuai nesta quarta-feira (18/7) partiu de Aline Aparecida Gomes Ruas, da Associação Mineira das Escolas Família Agricola (AMEFA). Ela disse ainda que o MAB-Movimento dos Atingidos por Barragens e a CPT- Comissão Pastoral da Terra, estão na região para discutir a obra e solicitar uma audiência pública. O Seminário " Água para Todos", foi realizado no Planalto Tênis Clube pela Secretaria de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas – Sedvan- e Ministério da Integração Nacional, contou com a presença de prefeitos da região, lideranças comunitárias e representantes dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável de vários municipios dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri O Água para Todos, criado pelo governo federal a partir da necessidade de universalizar o acesso à água, integra o Plano Brasil Sem Miséria, sendo coordenado pelo Ministério da Integração Nacional. Mineroduto vai retirar o minério de ferro do Norte de Minas O projeto do mineroduto faz parte do investimento de cerca de R$ 3,6 bilhões, que inclui a produção de 25 milhões de toneladas de ferro a serem retiradas da jazida descoberta no Norte de Minas e municípios do Vale do Jequitinhonha na região do entorno de Salinas e Grão Mogol.. Será construído um mineroduto com extensão de 490 quilômetros para levar o minério de ferro de Grão Mogol, até o Porto Sul, em Ilhéus (BA). O mineroduto, sistema de tubulação por onde se transporta minérios a longas distâncias, será construído pela Sul Americana Metais (SAM), subsidiaria da Votarantim Novos Negócios (VNN), uma das empresas que investem na exploração mineradora na região. Para viabilizar o uso da água no processo produtivo e no mineroduto, a empresa vai construir duas barragens no Rio Vacaria (Região de Salinas), sendo uma no município de Padre Carvalho e outra em Fruta do Leite. “ O investimento é de R$ 52 milhões”, conforme informações do Secretário de Estado para os Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Gil Pereira ao Jornal Gazeta de Araçuai. Ele disse ainda que o empreendimento vai gerar 8 mil empregos diretos na sua fase de construção e 2 mil indiretos. Movimento pela ferrovia A maioria das lideranças e prefeitos da região, são favoráveis à construção de uma ferrovia que causa menos impactos ambientais e ainda servirá para alavancar o desenvolvimento regional com o escoamento da produção até o porto marítimo da Bahia e também para entrada de mercadorias através do transporte ferroviário " que é bem mais barato que o terreste", alegam. De acordo com Gil Pereira, após a construção das barragens no rio Vacaria, 60% das águas serão para o mineroduto e o restante ficará sob responsabilidade da Copanor para abastecer as comunidades em seu entorno. “Serão separados 950 hectares para utilização das famílias de pequenos agricultores. Cada família terá direito a 2 hectares para o plantio e os proprietários de terra por onde o mineroduto passará, serão indenizados”, garante Gil Pereira. Licenciamento O processo de construção do mineroduto ainda está em fase de elaboração de Estudos de Impactos Ambientais (EIA-RIMA) . Ele depende de Licença Prévia (LP) Licença de Instalação (LI) e Licença de Funcionamento que são concedidas pelo Copam ( Conselho Estadual de Política Ambiental) órgão ligado à Feam ( Fundação Estadual do Meio Ambiente). Sérgio Vasconcelos Repórter


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